Será que temos o direito de negar ajuda a uma pessoa necessitada? Acredito que não. Se alguém vem lhe pedir auxílio é porque sabe que você tem o que ela precisa; ou por outro lado, ela é colocada em seu caminho para que seu espírito possa escolher que atitude tomar com relação a ela.
O auxílio as vezes pode vir apenas através de um consolo, de uma palavra amiga, de um ombro para aparar as lágrimas... Coisas simples que as pessoas atualmente não entendem devido aos sentimentos de egoismo, impaciência, interesses pessoais, ambição e todos os sentimentos ruins relacionados aos tempos modernos. O ser humano perdeu a essência do sentimento mais puro existente na Terra: o AMOR. E nisto temos o amor em todas as suas expressões, incluindo o amor ao próximo. Com isso tornou-se uma criatura gélida, frígida, implacável, inescrupulosa, que em muito se afasta da sua origem que é a perfeição divina...
Mas nem tudo está perdido... devemos tentar resgatar o amor puro, os sentimentos puros. Saber de verdade o que é ser uma pessoa humilde, caridosa, amiga, companheira. Olhar o mundo pelos olhos de uma criança, criatura que não consegue enxergar a maldade naqueles que a rodeiam.
Voltando ao ponto inicial, isto responde a pergunta proposta no início do tópico. Não devemos. Afinal, se queremos melhorar enquanto espíritos devemos depurar todo e qualquer sentimento errôneo de nosso coração. Principalmente os relacionados à aversão, repulsa e vingança, a pior de todas.
Neste processo devemos tomar cuidado com a perda de energias... devemos nos preservar ao máximo para que não fiquemos exauridos, porém com o auxílio de nossos Orixás e Entidades, bem como de todos os espíritos de luz, nunca ficamos prejudicados em ajudar a alguém que precise...
Enfim, que possamos cada vez mais almejar a prática da fraternidade e beneficiar, além de auxiliar, os irmãos que sofrem...
Axé!
sábado, 18 de dezembro de 2010
Um diálogo entre Exu e Oxalá
O céu e a terra fundiam-se no horizonte distante, parecendo uma coisa só, como se não houvesse separação entre o mundo espiritual e o material, a consciência individual e a cósmica.
Sentado sobre uma pedra em uma enorme montanha, de cabeça baixa e olhos apenas entreabertos, Exu observava o fenômeno da natureza e refletia sobre o seu interminável trabalho.
_Como é difícil a humanidade – pensou em certo momento – parece nunca estar satisfeita, está sempre querendo mais e, em sua essência egoísta desarmoniza tudo, tudo... Tudo que era para ser tão simples acaba tão complicado.
Com os olhos habituados a enxergar na escuridão e na distância, Exu observou cada canto daqueles arredores. Viu pessoas destruindo a si mesmas através de vícios variados, viu maldades premeditadas e outras praticadas como se fossem atos da mais perfeita normalidade. Viu injustiças, principalmente contra os mais fracos e indefesos. Com seus ouvidos, também atentos a tudo, ouviu mentiras, palavras de maledicência, gritos de ódio e sussurros de traição.
Exu suspirou.
_Serei eu o diabo da humanidade? – pensou ironicamente, ao lembrar o quanto era associado à figura do demônio. Passou horas observando coisas que estava habituado a ver todos os dias: mentiras, fraudes, corrupção, traições, inveja, e uma gama enorme de sentimentos negativos.
Foi quando estava imerso nesses pensamentos que Exu ouviu uma voz ao seu lado, dizendo naquele tom austero, porém complacente:
_Laroyê, Senhor Falante.
Exu ergueu os olhos e vislumbrou a figura altiva de Oxalá.
_Èpa Bàbá – respondeu Exu, fazendo um pequeno movimento com a cabeça, em sinal de respeito.
_Noto que está pensativo, amigo Exu – falou Oxalá.
Exu respirou fundo, contemplou novamente o horizonte e respondeu:
_Trabalhamos tanto... e incansavelmente, mas os homens parecem não valorizar nosso esforço.
Oxalá moveu os lábios para dizer algo, mas antes que isso acontecesse, Exu, como que prevendo o que seria dito, continuou:
_Não falo em tom de reclamação, sou um trabalhador incansável e o amigo sabe disso. É com prazer que levo o que tem ser levado e retiro o que deve ser retirado. É com satisfação que abro ou fecho os caminhos, de acordo com a necessidade de cada um, é com resignação que acolho sobre minhas costas largas a culpa do mal que muitos espíritos encarnados e desencarnados fazem, não reclamo do meu trabalho. Sou Exu, para mim não existe frio ou calor, cansaço ou preguiça, existe apenas a necessidade de cumprir a tarefa para qual fui designado.
_Se mostra tão resignado e, no entanto, parece que deixa-se abater pelo desânimo – comentou Oxalá, apoiando-se em seu paxorô.
Exu soltou uma gargalhada, ao que Oxalá deu um leve sorriso, com um movimento quase imperceptível no canto direito dos lábios.
_Não sou resignado nem tampouco estou desanimado – falou Exu – estou pensativo sobre pouca inteligência dos homens. Veja só: como responsável pela aplicação da Lei Cármica observo muita coisa. Observo não apenas o sofrimento que alguns homens impõem a si mesmos, mas vejo também as incessantes oportunidades que o Universo dá a cada um dos seres que habitam a Terra. O aprendizado que tanto precisam lhes é dado por bem, mas quase nunca enxergam pelo amor, então lhes é dada a oportunidade de aprender pela dor, mas geralmente só lembram a lição enquanto a dor está a alfinetar sua carne. Com o alívio vem o esquecimento e todos os erros e vícios voltam a aflorar.
Oxalá fez menção de dizer algo, mas com o dedo em riste entre os lábios, novamente Exu o impediu de falar.
_Ouça – disse Exu, colocando a mão em concha na orelha, como se ele e Oxalá precisassem disso para ouvir melhor. E ambos ouviram o som que vinha da Terra. O som da inveja, dos maus sentimentos, da maledicência, da promiscuidade, da ganância. Exu deu outra gargalhada e disse:
_Percebe? Temos trabalho por muitos séculos ainda.
_E isso não é bom? – perguntou Oxalá, que dessa vez não deixou Exu responder e continuou:
_Pobres homens, ignorantes da própria grandeza espiritual e da simplicidade do Universo. Se não desconhecessem tanto o funcionamento das coisas, seriam mais felizes.
_Não estão preocupados em discernir o bem do mal – resmungou Exu.
_E você está, Senhor Falante? – tornou Oxalá.
Mais uma vez Exu gargalhou.
_Para mim não existe o bem ou o mal. Existe o justo, bem sabe disso.
_Então por que tenta exigir esse discernimento dos pobres homens?
_Eu conheço os caminhos – respondeu Exu um tanto irritado – para mim não existem obstáculos, todos os caminhos se abrem em encruzilhadas. Para mim as portas nunca se fecham e as correntes nunca prendem. Conheço o sutil mistério que separa aquilo que chamam de bem daquilo que chamam de mal. Não sou maniqueísta, não sou benevolente, pois não dou a quem não merece, mas também não sou cruel, pois sempre ajo dentro da Lei. Os homens, coitados, acreditam na visão simplista do bem e do mal, como se todo o Universo, em sua “complexa simplicidade” se resumisse apenas entre o bem e o mal.
_Pobres homens – repetiu Oxalá.
_Pobres homens – concordou Exu – mesmo olhando o Universo de uma forma tão simplista, dividido apenas entre bem e mal, acabam sempre demonizando tudo, achando que o mal é o melhor caminho para conseguir o que desejam ou então acreditam que são eternas vítimas do mal. E o que é pior, quase sempre eu é que sou o culpado.
_Mas é você o responsável pelo mal? – perguntou Oxalá, admirando o horizonte.
_Sou justo, apenas isso – respondeu Exu.
_Não seria a justiça uma prerrogativa de Xangô? – tornou o maior dos orixás.
Exu olhou fundo nos olhos de Oxalá e respondeu:
_Estou a serviço do Universo, de cada uma das forças que o compõe, inclusive do Senhor da Justiça.
_Isso significa que trabalha em harmonia com o Universo, caro Exu?
_Imaginei que soubesse disso – respondeu Exu, irônico como sempre.
_Acho que sempre soube. Quando observo o horizonte e vejo o céu fundindo-se à Terra, percebo o quanto o material pode estar ligado ao espiritual. Mas também lembro que o sol vai raiar e acredito que apesar de todas as dificuldades que os próprios homens criam, é possível acender a chama da fé em seus corações. Percebo o quanto eles são falhos, mas percebo também o quanto são frágeis e precisam de nós – e nesse momento pousou a mão sobre o ombro de Exu – sejam dos que trabalham na luz ou na escuridão, pois tudo faz parte do Uno e se inter-relacionam. O mesmo homem que hoje está nas profundezas mais abissais, amanhã pode ser o mensageiro da luz.
Exu olhou para os olhos de Oxalá, como se não estivesse concordando, mas dessa vez foi Oxalá quem não deixou que o outro falasse, prosseguindo com sua narrativa:
_Se não fossem os valorosos guardiões que trabalham nas regiões trevosas, dificilmente os que ali sofrem um dia alcançariam o benefício da luz. Se houvesse apenas a luz, não haveria o aprendizado, que tem como ponto de partida o desconhecimento, as trevas. O Universo tão simples é ao mesmo tempo tão inteligente, que mesmo nós, que observamos os homens a uma distância grande, às vezes nos surpreendemos com sua magnitude. Os homens são frutos que precisam amadurecer e você, amigo Exu, é a estufa que os aquece até o ponto certo da maturação e eu sou a mão que os colhe como frutos amadurecidos.
_Quem diria que trabalhamos em harmonia? – disse Exu em meio a um sorriso – acreditam que vivemos a digladiar quando na verdade trabalhamos em busca de um mesmo objetivo: o aprimoramento da raça humana.
Oxalá só não soltou uma gargalhada porque não era esse seu hábito (e sim o de Exu), mas disse sem conseguir esconder o contentamento:
_Então, companheiro Exu, não temos porque lamentar. A ignorância em que vivem os homens é sinal de que ainda temos trabalho a realizar. A pouca sabedoria que possuem significa que ainda estão muito próximos ao ponto de partida e cabe a nós, não importa se chamados de “direita” ou “esquerda”, auxiliá-los em sua caminhada, que é muito longa ainda. Apenas contemplar as mazelas dos corações humanos não irá auxiliá-los em nada. Sou a luz que guia os olhos da humanidade e você é o movimento que não a deixa estática. Se pararmos por um segundo sequer, atrasaremos em séculos e séculos o progresso da raça humana, que tanto depende de nós.
Nesse momento o sol começou a raiar timidamente no horizonte, separando o céu e a Terra. Exu levantou-se da sua pedra e se pôs a caminhar montanha abaixo.
_Aonde vai, Senhor Falante? – perguntou Oxalá, como se não soubesse.
_Vou trabalhar, Senhor dos Orixás – respondeu Exu gargalhando novamente – Esqueceu que sou um trabalhador incansável e que trabalho em harmonia com o Universo, mesmo que ele me imponha a luz do sol?
Oxalá não respondeu, mas esboçou um sorriso tímido. Assim trabalhava o Universo: sempre em harmonia. Os homens, mesmo ainda presos a tantos conceitos primários, trilhavam os primeiros passos em direção ao progresso, pois não estavam órfãos de seus orixás e protetores.
Douglas Fersan – outubro de 2010
Sentado sobre uma pedra em uma enorme montanha, de cabeça baixa e olhos apenas entreabertos, Exu observava o fenômeno da natureza e refletia sobre o seu interminável trabalho.
_Como é difícil a humanidade – pensou em certo momento – parece nunca estar satisfeita, está sempre querendo mais e, em sua essência egoísta desarmoniza tudo, tudo... Tudo que era para ser tão simples acaba tão complicado.
Com os olhos habituados a enxergar na escuridão e na distância, Exu observou cada canto daqueles arredores. Viu pessoas destruindo a si mesmas através de vícios variados, viu maldades premeditadas e outras praticadas como se fossem atos da mais perfeita normalidade. Viu injustiças, principalmente contra os mais fracos e indefesos. Com seus ouvidos, também atentos a tudo, ouviu mentiras, palavras de maledicência, gritos de ódio e sussurros de traição.
Exu suspirou.
_Serei eu o diabo da humanidade? – pensou ironicamente, ao lembrar o quanto era associado à figura do demônio. Passou horas observando coisas que estava habituado a ver todos os dias: mentiras, fraudes, corrupção, traições, inveja, e uma gama enorme de sentimentos negativos.
Foi quando estava imerso nesses pensamentos que Exu ouviu uma voz ao seu lado, dizendo naquele tom austero, porém complacente:
_Laroyê, Senhor Falante.
Exu ergueu os olhos e vislumbrou a figura altiva de Oxalá.
_Èpa Bàbá – respondeu Exu, fazendo um pequeno movimento com a cabeça, em sinal de respeito.
_Noto que está pensativo, amigo Exu – falou Oxalá.
Exu respirou fundo, contemplou novamente o horizonte e respondeu:
_Trabalhamos tanto... e incansavelmente, mas os homens parecem não valorizar nosso esforço.
Oxalá moveu os lábios para dizer algo, mas antes que isso acontecesse, Exu, como que prevendo o que seria dito, continuou:
_Não falo em tom de reclamação, sou um trabalhador incansável e o amigo sabe disso. É com prazer que levo o que tem ser levado e retiro o que deve ser retirado. É com satisfação que abro ou fecho os caminhos, de acordo com a necessidade de cada um, é com resignação que acolho sobre minhas costas largas a culpa do mal que muitos espíritos encarnados e desencarnados fazem, não reclamo do meu trabalho. Sou Exu, para mim não existe frio ou calor, cansaço ou preguiça, existe apenas a necessidade de cumprir a tarefa para qual fui designado.
_Se mostra tão resignado e, no entanto, parece que deixa-se abater pelo desânimo – comentou Oxalá, apoiando-se em seu paxorô.
Exu soltou uma gargalhada, ao que Oxalá deu um leve sorriso, com um movimento quase imperceptível no canto direito dos lábios.
_Não sou resignado nem tampouco estou desanimado – falou Exu – estou pensativo sobre pouca inteligência dos homens. Veja só: como responsável pela aplicação da Lei Cármica observo muita coisa. Observo não apenas o sofrimento que alguns homens impõem a si mesmos, mas vejo também as incessantes oportunidades que o Universo dá a cada um dos seres que habitam a Terra. O aprendizado que tanto precisam lhes é dado por bem, mas quase nunca enxergam pelo amor, então lhes é dada a oportunidade de aprender pela dor, mas geralmente só lembram a lição enquanto a dor está a alfinetar sua carne. Com o alívio vem o esquecimento e todos os erros e vícios voltam a aflorar.
Oxalá fez menção de dizer algo, mas com o dedo em riste entre os lábios, novamente Exu o impediu de falar.
_Ouça – disse Exu, colocando a mão em concha na orelha, como se ele e Oxalá precisassem disso para ouvir melhor. E ambos ouviram o som que vinha da Terra. O som da inveja, dos maus sentimentos, da maledicência, da promiscuidade, da ganância. Exu deu outra gargalhada e disse:
_Percebe? Temos trabalho por muitos séculos ainda.
_E isso não é bom? – perguntou Oxalá, que dessa vez não deixou Exu responder e continuou:
_Pobres homens, ignorantes da própria grandeza espiritual e da simplicidade do Universo. Se não desconhecessem tanto o funcionamento das coisas, seriam mais felizes.
_Não estão preocupados em discernir o bem do mal – resmungou Exu.
_E você está, Senhor Falante? – tornou Oxalá.
Mais uma vez Exu gargalhou.
_Para mim não existe o bem ou o mal. Existe o justo, bem sabe disso.
_Então por que tenta exigir esse discernimento dos pobres homens?
_Eu conheço os caminhos – respondeu Exu um tanto irritado – para mim não existem obstáculos, todos os caminhos se abrem em encruzilhadas. Para mim as portas nunca se fecham e as correntes nunca prendem. Conheço o sutil mistério que separa aquilo que chamam de bem daquilo que chamam de mal. Não sou maniqueísta, não sou benevolente, pois não dou a quem não merece, mas também não sou cruel, pois sempre ajo dentro da Lei. Os homens, coitados, acreditam na visão simplista do bem e do mal, como se todo o Universo, em sua “complexa simplicidade” se resumisse apenas entre o bem e o mal.
_Pobres homens – repetiu Oxalá.
_Pobres homens – concordou Exu – mesmo olhando o Universo de uma forma tão simplista, dividido apenas entre bem e mal, acabam sempre demonizando tudo, achando que o mal é o melhor caminho para conseguir o que desejam ou então acreditam que são eternas vítimas do mal. E o que é pior, quase sempre eu é que sou o culpado.
_Mas é você o responsável pelo mal? – perguntou Oxalá, admirando o horizonte.
_Sou justo, apenas isso – respondeu Exu.
_Não seria a justiça uma prerrogativa de Xangô? – tornou o maior dos orixás.
Exu olhou fundo nos olhos de Oxalá e respondeu:
_Estou a serviço do Universo, de cada uma das forças que o compõe, inclusive do Senhor da Justiça.
_Isso significa que trabalha em harmonia com o Universo, caro Exu?
_Imaginei que soubesse disso – respondeu Exu, irônico como sempre.
_Acho que sempre soube. Quando observo o horizonte e vejo o céu fundindo-se à Terra, percebo o quanto o material pode estar ligado ao espiritual. Mas também lembro que o sol vai raiar e acredito que apesar de todas as dificuldades que os próprios homens criam, é possível acender a chama da fé em seus corações. Percebo o quanto eles são falhos, mas percebo também o quanto são frágeis e precisam de nós – e nesse momento pousou a mão sobre o ombro de Exu – sejam dos que trabalham na luz ou na escuridão, pois tudo faz parte do Uno e se inter-relacionam. O mesmo homem que hoje está nas profundezas mais abissais, amanhã pode ser o mensageiro da luz.
Exu olhou para os olhos de Oxalá, como se não estivesse concordando, mas dessa vez foi Oxalá quem não deixou que o outro falasse, prosseguindo com sua narrativa:
_Se não fossem os valorosos guardiões que trabalham nas regiões trevosas, dificilmente os que ali sofrem um dia alcançariam o benefício da luz. Se houvesse apenas a luz, não haveria o aprendizado, que tem como ponto de partida o desconhecimento, as trevas. O Universo tão simples é ao mesmo tempo tão inteligente, que mesmo nós, que observamos os homens a uma distância grande, às vezes nos surpreendemos com sua magnitude. Os homens são frutos que precisam amadurecer e você, amigo Exu, é a estufa que os aquece até o ponto certo da maturação e eu sou a mão que os colhe como frutos amadurecidos.
_Quem diria que trabalhamos em harmonia? – disse Exu em meio a um sorriso – acreditam que vivemos a digladiar quando na verdade trabalhamos em busca de um mesmo objetivo: o aprimoramento da raça humana.
Oxalá só não soltou uma gargalhada porque não era esse seu hábito (e sim o de Exu), mas disse sem conseguir esconder o contentamento:
_Então, companheiro Exu, não temos porque lamentar. A ignorância em que vivem os homens é sinal de que ainda temos trabalho a realizar. A pouca sabedoria que possuem significa que ainda estão muito próximos ao ponto de partida e cabe a nós, não importa se chamados de “direita” ou “esquerda”, auxiliá-los em sua caminhada, que é muito longa ainda. Apenas contemplar as mazelas dos corações humanos não irá auxiliá-los em nada. Sou a luz que guia os olhos da humanidade e você é o movimento que não a deixa estática. Se pararmos por um segundo sequer, atrasaremos em séculos e séculos o progresso da raça humana, que tanto depende de nós.
Nesse momento o sol começou a raiar timidamente no horizonte, separando o céu e a Terra. Exu levantou-se da sua pedra e se pôs a caminhar montanha abaixo.
_Aonde vai, Senhor Falante? – perguntou Oxalá, como se não soubesse.
_Vou trabalhar, Senhor dos Orixás – respondeu Exu gargalhando novamente – Esqueceu que sou um trabalhador incansável e que trabalho em harmonia com o Universo, mesmo que ele me imponha a luz do sol?
Oxalá não respondeu, mas esboçou um sorriso tímido. Assim trabalhava o Universo: sempre em harmonia. Os homens, mesmo ainda presos a tantos conceitos primários, trilhavam os primeiros passos em direção ao progresso, pois não estavam órfãos de seus orixás e protetores.
Douglas Fersan – outubro de 2010
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Se você ouvisse o meu conselho...
Ah... quantas pessoas acham que a sua maneira de pensar é soberana aos demais? Quantos irmãos são incapazes de se colocar no lugar do outro? Quantos irmãos, mesmo estando a anos no espiritismo, incluindo todas as vertentes, ainda não descobriram o real sentido da religião?
Aos amigos médiuns, eu peço, ouçam meu conselho... Afastai-vos dos espíritos trevosos. Isto não significa se dedicar exclusivamente aos compromissos mediúnicos, não... Ser espírita está muito além de simplesmente frequentar uma reunião de médiuns de Kardec ou de estar toda semana no terreiro. Significa ser vigilante; compreender o próximo; não criticar os irmãos; falar; e ouvir, muito mais do que falar. Vossa língua pode ser a vossa redenção ou condenação. Dela saem palavras que ferem mais que adagas, pois são capazes de chegar até a alma.
O mais importante, e o mais difícil de tudo é o PERDÃO. Esta palavra de 6 letras é tão fácil de entender e tão complexa de praticar. Quanto é difícil engolir o orgulho, apagar temporariamente nossos sofrimentos e as consequências que os atos alheios causam em nossas vidas. O perdão é o alívio de nossa alma quando temos sentimentos de rancor para com o outro. Devemos tentar afirmar que conseguiremos perdoar sempre o próximo, apesar de sabermos que temos um longo caminho a percorrer.
E os nossos guias? Como se comportam quando estamos compactuando com a influência que recebemos de espíritos de baixa vibração? Certamente, eles não dão apoio e temporariamente se afastarão de nós, por pura teimosia de nossa parte e um tênue desejo de se manter na companhia profana dos trevosos. Como já diz o Pai Nosso - "Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos de todo mal." Que nossos guias estejam sempre a nosso lado, nos livrando das influências malignas...
Que nosso espírito evolua sempre no sentido de perdoar, compreender, auxiliar, aconselhar e amparar ao próximo, afinal como diz a Bíblia- Amai ao próximo como a ti mesmo.
Aos amigos médiuns, eu peço, ouçam meu conselho... Afastai-vos dos espíritos trevosos. Isto não significa se dedicar exclusivamente aos compromissos mediúnicos, não... Ser espírita está muito além de simplesmente frequentar uma reunião de médiuns de Kardec ou de estar toda semana no terreiro. Significa ser vigilante; compreender o próximo; não criticar os irmãos; falar; e ouvir, muito mais do que falar. Vossa língua pode ser a vossa redenção ou condenação. Dela saem palavras que ferem mais que adagas, pois são capazes de chegar até a alma.
O mais importante, e o mais difícil de tudo é o PERDÃO. Esta palavra de 6 letras é tão fácil de entender e tão complexa de praticar. Quanto é difícil engolir o orgulho, apagar temporariamente nossos sofrimentos e as consequências que os atos alheios causam em nossas vidas. O perdão é o alívio de nossa alma quando temos sentimentos de rancor para com o outro. Devemos tentar afirmar que conseguiremos perdoar sempre o próximo, apesar de sabermos que temos um longo caminho a percorrer.
E os nossos guias? Como se comportam quando estamos compactuando com a influência que recebemos de espíritos de baixa vibração? Certamente, eles não dão apoio e temporariamente se afastarão de nós, por pura teimosia de nossa parte e um tênue desejo de se manter na companhia profana dos trevosos. Como já diz o Pai Nosso - "Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos de todo mal." Que nossos guias estejam sempre a nosso lado, nos livrando das influências malignas...
Que nosso espírito evolua sempre no sentido de perdoar, compreender, auxiliar, aconselhar e amparar ao próximo, afinal como diz a Bíblia- Amai ao próximo como a ti mesmo.
Homenagem a Nossa Senhora da Conceição
Quarta feira foi um dia muito importante para vários espiritualistas deste país. O 08 de dezembro, dia dedicado a Oxum, ou em algumas localidades à Iemanjá.
Seja o sincretismo feito a uma ou a outra, ambas são Orixás poderosas, senhoras das águas.
Oxum, a rainha das águas doces e cachoeiras; bela, jovem, vaidosa, que gosta muito de ouro e cega seus inimigos com seu espelho.
Iemanjá; rainha das águas salgadas, o mar; a orixá das cores branca e azul; dona de riquezas do reino profundo dos oceanos, como as pérolas; cuidadora das cabeças de todos os filhos não iniciados nas religiões africanas.
Irei me ater ao sincretismo que conheço, que é com Oxum...
Que Oxum abençoe a todos os seus filhos, dando paz, caminhos abertos, removendo a vaidade, proporcionando fartura. Dai-lhes serenidade e jovialidade. Que assim como as águas de uma cachoeira são capazes de fluir sem parar em obstáculos, seus filhos encontrem a força para seguir adiante em suas vidas.
Ora yé yé Oxum!
Seja o sincretismo feito a uma ou a outra, ambas são Orixás poderosas, senhoras das águas.
Oxum, a rainha das águas doces e cachoeiras; bela, jovem, vaidosa, que gosta muito de ouro e cega seus inimigos com seu espelho.
Iemanjá; rainha das águas salgadas, o mar; a orixá das cores branca e azul; dona de riquezas do reino profundo dos oceanos, como as pérolas; cuidadora das cabeças de todos os filhos não iniciados nas religiões africanas.
Irei me ater ao sincretismo que conheço, que é com Oxum...
Que Oxum abençoe a todos os seus filhos, dando paz, caminhos abertos, removendo a vaidade, proporcionando fartura. Dai-lhes serenidade e jovialidade. Que assim como as águas de uma cachoeira são capazes de fluir sem parar em obstáculos, seus filhos encontrem a força para seguir adiante em suas vidas.
Ora yé yé Oxum!
sábado, 4 de dezembro de 2010
Eparrei Oyá - Salve Iansã...
04 de dezembro... Dia de Santa Bárbara. No sincretismo religioso, Iansã, também conhecida como Oyá. A mãe dos nove; a controladora dos ventos e tempestades; a manipuladora do fogo; a paixão de Xangô; a disputada por Ogum; aquela que seduziu diversos orixás tais como Oxóssi... Salve Iansã. Com seu charme, vitalidade, beleza e força. A menina do cabelo louro, a dona do jacutá, a moradora da mina de ouro. Sim, é ela. Envolvente, sincera, franca, lutadora, GUERREIRA... que nada tem de vulgar.
Salve sua contas laranja e branca; salve suas pedras de cores vermelhas, corais; salve seu elemento que é o fogo; salve seu dia de vibração que é a quarta feira.
Que Deus tenha piedade daqueles que lhe depreciam ou que não lhe conhecem. Protejanos das guerras, da morte trágica. Afaste-nos dos eguns e espíritos de baixa vibração que desejem semear a discórdia e a guerra.
Enfim, que a maravilhosa senhora dos ventos, sempre abençoe a todos e a mim, sua filha, minha querida mãe...
EPARREY IANSÃ!
Salve sua contas laranja e branca; salve suas pedras de cores vermelhas, corais; salve seu elemento que é o fogo; salve seu dia de vibração que é a quarta feira.
Que Deus tenha piedade daqueles que lhe depreciam ou que não lhe conhecem. Protejanos das guerras, da morte trágica. Afaste-nos dos eguns e espíritos de baixa vibração que desejem semear a discórdia e a guerra.
Enfim, que a maravilhosa senhora dos ventos, sempre abençoe a todos e a mim, sua filha, minha querida mãe...
EPARREY IANSÃ!
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
A outra face...
As vezes penso como a mesma mão que uma hora lhe afaga o rosto, em outro momento pode ferir-lhe a face. Como o mestre Jesus Cristo disse em uma passagem da Bíblia: se lhe deres um tapa, oferecei a outra face... Esta passagem não nos ensina a ser tolos frente a agressões, a sermos fracos, a permitimos de sermos enganados... não, nada disso. Ela nos ensina a arte do perdão. Sim. A capacidade de dar ao outro uma nova chance, para trilhar um caminho diferente ou simplesmente redimir-se de seus erros... Não podemos negar a um irmão esse direito, não mesmo...
Que sempre estejamos dispostos a fornecer a outra face, uma vez que negá-la irá atrapalhar o nosso desenvolvimento e de nosso irmão necessitado...
Paz e bem!
Que sempre estejamos dispostos a fornecer a outra face, uma vez que negá-la irá atrapalhar o nosso desenvolvimento e de nosso irmão necessitado...
Paz e bem!
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