Era um horário avançado da noite. A jovem médium não conseguia dormir. Deitou-se em sua cama numa tentativa de descansar o seu corpo e obedecer o desejo de libertação de seu espírito cansado de permanecer por longo dia preso à matéria. Naquela noite fria de um inverno gelado, parou olhando para o teto no silêncio de seu quarto, escuro, porém com uma pequena quantidade de luz pela fresta da porta.
Estava cansada da sua ideologia espírita umbandista. Tudo lhe parecia contrário. Todos eram contra suas crenças, perdera o emprego, não tinha mais namorado ou amigos. Revoltou-se com a religião, achando esta ser a grande culpada de seus problemas. Ledo engano. Esta seria apenas o começo da sua evolução.
Questionando a espiritualidade em silêncio, mentalizou a seguinte pergunta: "Fui abandonada pelos ditos 'amigos' espirituais. Onde estão vocês agora que estão em meio a tantas dificuldades?". E não obteve resposta. Sua audiência estava bloqueada e não conseguia ouvir a resposta dos espíritos amigos. Ao fechar os olhos, não conseguia vê-los. Não sentía-os ao seu lado. Espiritualmente estava em estado vegetativo.
Apenas estava disposta a reclamar e nunca via os lado positivo das mudanças que estavam lhe acontecendo. Havia realmente se tornado uma umbandista de verdade. Tornou-se mais caridosa, tinha reais noções de hierarquia, ajudava os outros, se tornou humilde. Tudo que lhe aconteceu derivou de sofrimento pregresso.
Simplesmente continuava a questionar...
De repente foi tomada por uma forte dor de cabeça. Sentia seu corpo fraco e mais uma vez questionava a tudo dizendo que o exercício extremado da mediunidade e a "cobrança" dos Orixás e Entidades porque ela não exercia suas funções estavam consumindo sua vida. Estava totalmente obcecada com pensamentos maléficos a respeito da mediunidade.
Fechou os olhos e por um instante conseguiu dormir. Ao acordar no mundo espiritual, viu ao seu redor um casal de negros velhinhos, um casal de caboclos, boiadeiro e marinheiro, um exu e uma bombogira, um casal de crianças. O menino veio na direção de sua cama e lhe deu com um gesto de muito carinho um doce para comer.
Subitamente acordou, lavou o rosto, foi à cozinha beber um copo d'água e refletir um pouco sobre aquele sonho. Sua fé foi renovada. Foi dormir feliz novamente com a Umbanda e não mais sentiu-se sozinha.
Ao retornar ao hospital, uma bela mulher veio em sua direção e ela questionou:
- Porque quando eu estava pior vocês não vieram ficar comigo?
- Porque você ainda não estava pronta para perceber os benefícios que estavam ocorrendo em sua vida. Além disso, você mesmo precisava se encontrar com relação à sua fé. - respondeu a mulher.
- O que eu estou fazendo aqui neste lugar?
A bombogira respondeu:
- Cuidando do seu espírito, tão castigado, mas que apesar de não exercer a mediunidade como deveria, mesmo assim continua exercendo-a auxiliando os outros de outras formas.
Pela manhã, ao acordar agradeceu a ocorrência daquele sonho bom e em seu ouvido uma voz doce e feminina sussurrou: - Não te aflijas, minha médium amada, nós estamos sempre com você.
BOA NOITE AMIGA LINDA!
ResponderExcluirPARABÉNS POR MAIS ESTE BELO TEXTO, E MAIS AINDA PELA MANEIRA COMO SE DEU!
COMO TUDO QUE ESCREVES, ESSA POSTAGEM FAZ MUITO SENTIDO PARA QUEM TE CONHECE, MESMO QUE APENAS VIRTUALMENTE!
É MUITO BOM ESTAR DE VOLTA, E ACOMPANHAR SUAS POSTAGENS DE GRANDE VALOR ESPIRITUAL!
BJS BJS...
FIQUE COM DEUS!
TE ADORO!